Vida LGBT+ na Croácia

Várias pessoas se questionam sobre a vida LGBT+ na Croácia.

A vida não é fácil para quem é homossexual ou trans por aqui. A maioria da população croata é cristã (91.06%), sendo desses 86% católicos e dentro dessa % católica, grande parte segue a ideologia bíblica (pelo menos em público).

Sendo um Estado conservador e historicamente patriarcal, a Croácia (desde a entrada na UE) vem lentamente “entendendo” (à força) as necessidades e direitos básicos da comunidade LGBT+.

Podemos ter diversas impressões sobre homofobia aqui, mas não queremos falar em nome da comunidade, pois não é nosso local de fala.

O que podemos dizer é que ao mesmo tempo que a homossexualidade é legal desde 1977, leis de proteção à discriminação desde 2003 e a união civil desde 2014, a maioria das pessoas homossexuais não se assumem abertamente, por medo dos julgamentos, homofobia e da família.

A homofobia croata é menos perigosa do que a brasileira. Sabemos que homofobia é criminoso, doloroso e horrível de qualquer forma, não nos entendam mal, mas proporcionalmente a homofobia brasileira mata muito mais do que a croata.

A violência é punida e eu acredito que casais tenham mais segurança aqui (apesar de menos abertura) do que no Brasil.

Mas no Brasil, ainda que vc tenha muita violência contra LGBTs, a cultura gay é anos luz mais desenvolvida e a exposição midiática (em produções de ficção, propagandas, debates) é infinitamente maior do que na Croácia.

Como a Croácia é um país turístico, as regiões com maior fluxo de estrangeiros, são mais cordiais e abertas quanto ao tema. Mas, isso serve para os estrangeiros. Em casa é diferente.

A Croácia já foi eleita um dos países mais amigáveis para o público LGBT+ para turistas. Novamente, turistas.

O que se escuta por aqui é que eles não se importam com o que as pessoas fazem entre 4 paredes, mas que se houver demonstrações em público, dependendo do lugar, pode ser um problema.

Esse post é dedicado à toda comunidade LGBT+, mas especialmente para a Parada do Orgulho LGBT+ de Split que láaaaaa em 2011 fez a segunda parada da Croácia (primeira foi Zagreb), organizada por duas pequenas ongs LGBT+ e um grupo de feministas locais em um ambiente totalmente hostil (300 participantes, contra 10 mil pessoas gritando, jogando tomates, latas e algumas agressões mais sérias).

Hoje em dia, a Parada (em diversas cidades croatas) continua sendo muito policiada, mas as agressões já não são as mesmas.

Esperamos que o povo desse país tão lindo tenha entendido que existem LGBT+ na Croácia e que eles também têm vozes que precisam ser ouvidas.

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